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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

MÉTODOS DE PESQUISA



    Desenvolvimento humano é a denominação que damos à ciência que estuda as mudanças e as características que permanecem ou não no indivíduo, já que hoje é sabido que o desenvolvimento humano é contínuo, ele ocorre durante todo o período em que há vida.

Muitos estudos são lançados e muitos cientistas do desenvolvimento humano a partir de pesquisas elaboram teorias sobre o desenvolvimento humano. Essas pesquisas são realizadas com pessoas que sofrem diferentes influências em seu desenvolvimento e que se localizam em diferentes ambientes.
    Para a realização dessas pesquisas, os cientistas do desenvolvimento humano adotam métodos científicos de pesquisa que caracterizam um processo geral de investigação cientifica em qualquer campo de atuação. As etapas desse processo de pesquisa cientifica são: a identificação de um problema a ser estudado, a formulação de hipóteses, a coleta de dados, a análise dos dados e a divulgação dos achados.
Toda pesquisa a ser realizada tem sempre como base uma teoria já formulada e essa teoria influência no resultado dessa pesquisa, já que será ela que orientará quais questões serão abordadas e quais métodos de pesquisa serão utilizados.
    A pesquisa para ser realizada precisa de uma amostragem, ou seja, é preciso selecionar um grupo de indivíduos que possam representar adequadamente a população em estudo. Esses indivíduos precisam ter características relevantes e nas mesmas proporções, só assim a pesquisa poderá ser validada, poderá ser generalizada corretamente.
   Os pesquisadores, muitas vezes, utilizam da seleção randômica para realizar suas pesquisas.A seleção randômica é um método de amostragem onde cada indivíduo em uma população tem chance igual de representatividade.Contudo hoje é muito difícil pesquisadores utilizarem esse método de amostragem e isso dificulta a aplicação da pesquisa na população como um todo.
Em uma pesquisa também há os métodos de coleta de dados que podem ser relatos pessoais ( diários, entrevistas, questionários), testes, observação( naturalística, onde o pesquisador registra o que vê em um ambiente real e o laboratorial, onde o pesquisador registra o que vê em um ambiente cuja situação é controlada), medidas comportamentais e de desempenho.Não necessariamente utiliza-se apenas um método de coleta de dados, o pesquisador pode utilizar mais de um método de coleta de dados e assim analisar e comparar melhor os dados coletados.
    A pesquisa também é caracterizada pelo seu modelo de pesquisa, ou seja, um plano para conduzir uma investigação cientifica: quais perguntas serão feitas, o modo como os participantes serão selecionados, a maneira como os dados serão coletados e como se dará a interpretação e quais conclusões válidas poderão ser consideradas. Há quatro modelos básicos de pesquisa.
    O estudo de caso é um desses quatro modelos de pesquisa. O estudo de caso é um estudo realizado com um único individuo que exige extremo cuidado na observação e na interpretação, pode utilizar-se de medidas comportamentais, materiais biográficos e mesmo documentários.O estudo etnográfico é um estudo,não de um indivíduo,mas de uma determinada cultura ou subcultura, onde é realizado um estudo profundo das crenças dessa cultura, das artes, das tradições, costumes, tecnologias e como se dá as relações interpessoais dessa determinada cultura ou etnia.
   Já o estudo correlacional, é o estudo das correlações que podem haver ou não entre variáveis de uma estatística, essas correlações podem ser expressas em direção ( positiva ou negativa) ou em magnitude ( grau ).
    O experimento é um estudo baseado em experimentar, o pesquisador controla variáveis para aprender como uma pode interferir na outra.No experimento há os grupos variáveis, que é formado por um grupo experimental e um grupo controle, variável dependente e independente.Os experimentos podem ser laboratoriais,de campo ou mesmo naturais.Os experimentos laboratoriais são mais fáceis de serem controlados e assim melhor para estabelecer causa e efeito.Quando não é possível realizar um experimento laboratorial, é realizado o experimento de campo, onde um estudo é realizado em um ambiente que faz parte da vida cotidiana.
    Já o experimento natural é realizado quando por questões de praticidade ou mesmo ética, utilizamos para o estudo um grupo cuja seleção ocorreu naturalmente, por exemplo pessoas portadoras de AIDS, ou que estão expostas à fome.
   No desenvolvimento humano há algumas estratégias mais comumente utilizadas.Há o estudo longitudinal, o estudo transversal, o estudo seqüencial e o estudo microgenético.No estudo longitudinal coleta-se dados sobre os mesmos indivíduos em análise, durante um período de tempo e assim avaliar as mudanças que ocorrem durante a vida.O estudo transversal é a avaliação de indivíduos de diferentes idades em uma determinada ocasião e assim pode-se coletar dados comparativos sobre as diferentes faixas etárias.O estudo seqüencial é a combinação de técnicas transversais e longitudinais onde se pode avaliar o indivíduo em uma amostra transversal mais de uma vez.E por fim o estudo microgenético é a observação direta de mudanças onde os indivíduos recebem estímulos constantes durante um período de tempo.
    Para que uma pesquisa seja realizada é necessário a exposição de pessoas que formarão um grupo de amostra, onde o estudo será aplicado.Mas é necessário que para que esse estudo seja realizado haja uma premissa muito importante: a ética.
   Para que não haja problemas em estudos e pesquisas, os pesquisadores devem se guiar por três princípios básicos: a beneficência, o respeito e a justiça. Universidades, faculdades, instituições quando avaliam as propostas de pesquisa, sempre as avaliam com o olhar ético.Contudo muitas avaliações de pesquisa são de difíceis julgamentos.
   Outro aspecto que exige atenção é quanto o consentimento dos participantes na pesquisa a ser realizada. É muito importante que o individuo que participará da pesquisa conceda a sua participação, assim como também deve ser informado e conscientizado sobre o que trata a pesquisa, o motivo de sua realização tal como a sua importância.O individuo também deve ser avisado quanto aos benefícios que a pesquisa poderá lhe trazer e precavido dos possíveis riscos que poderá sofrer.Quando a pesquisa envolve crianças, menores de dezoito anos, é então necessário uma autorização dos pais ou responsáveis dos menores, contudo é necessário que o indivíduo concorde em participar da pesquisa.
   Ao realizar uma pesquisa é muito importante tomar cuidado com determinadas informações a serem divulgadas, pois estas informações podem atingir a auto-estima do grupo em estudo. Por exemplo, ao publicar uma pesquisa onde cita que adolescentes que residem na zona sul do estado de São Paulo são cognitivamente mais desenvolvidos que adolescentes que residem na zona leste, podem os últimos terem sua auto-estima abalada.
    É essencial ressaltar um ponto muito importante quando nos referimos a realização de pesquisa: o pesquisador deve ser muito criterioso ao decidir quanto ao direito a privacidade e sigilo do indivíduo em estudo: utilizar-se de câmeras ou espelhos de duas faces, divulgar as informações coletada sobre determinada pesquisa, o pesquisador necessita ter muita cautela quanto todos esses fatores.
    Portanto os métodos de pesquisa são variáveis, onde o estudo é sempre baseado numa teoria anterior, necessita de amostragem, coletar dados, utilizar-se de modelos de pesquisas, onde o pesquisador deve sempre se preocupar em seguir a ética e assegurar o indivíduo participante

Por TCS-TATa

Referências

PAPALIA, et al.Desenvolvimento Humano.2001


CARL GUSTAV JUNG E O INCONSCIÊNTE



    Encontraremos uma breve biografia de Carl Gustav Jung, que rompeu a parceria com Sigmund Freud e desenvolveu seus próprios trabalhos e pesquisas. Fundou a chamada Psicologia Analítica e dentre seus diversos trabalhos, destaca-se a teoria do Inconsciente Coletivo, da qual é possível conhecer um pouco nas páginas a seguir.

    Carl Gustav Jung nasceu no dia 26 de julho de 1875 no vilarejo de Kesswil, próxima a famosa queda do Reno na Suíça. Jung era o filho único. Seu pai Johann Paul Jung era pastor protestante da igreja reformulada, religioso, parecia ter perdido a fé, era um tanto irascível e rabugento. Sua mãe Emile Preiswerk sofria de distúrbios emocionais, uma espécie de distúrbio nervoso, provavelmente por dificuldades em seu casamento, exibia um comportamento excêntrico e alternava entre períodos onde ora era uma esposa feliz ora uma mulher endemoninhada e incoerente, falando coisas sem nenhum sentido.



    Jung aprendeu desde cedo a não confiar e nem acreditar em seus pais e por analogia a desconfiar do resto do mundo. Fora uma criança solitária, mudou-se várias vezes de cidade e sua irmã nasceu somente quando ele já tinha nove anos de idade. Com todos esses fatores Jung saia do universo consciente para mergulhar em seus sonhos, fantasias e visões, ou seja, no seu inconsciente. Esse tipo de fuga dirigiu a sua infância até sua vida adulta e teve grande influência no desenvolvimento de seus trabalhos.


    Jung passou por sua adolescência presenciando vários conflitos internos religiosos e encontrou consolo estudando filosofia. Após terminar a escola, Jung ingressou na University of Basel, na Suíça, onde se formou em medicina em 1902, com grande conhecimento em biologia, zoologia, paleontologia e arqueologia, contudo estava interessado em psiquiatria e recebeu uma indicação para trabalhar em um hospital de doentes mentais em Zurique.


    Em 1905 Jung tornou-se professor de psiquiatria da University of Zurich, na mesma época ocupava o cargo de médico em uma clínica psiquiátrica, aonde conduziu várias pesquisas e de onde se demitiu vários anos depois para dedicar-se exclusivamente para suas pesquisas, a escrever e atender pacientes particulares. Em seus atendimentos particulares, Jung não solicitava que seu paciente deitasse no divã, ao contrário, sentavam-se um de frente para o outro em confortáveis poltronas. Outras vezes realizava o atendimento em seu barco a vela. Algumas vezes chegava até a cantar para seus pacientes.Todavia havia momentos em que era rude com seu pacientes recusando-se a atender e dizia: ”Ah, não!Não agüento ver mais ninguém.Vá para casa e cure-se sozinho, hoje” (apud Brome,1981,9.185).
Jung interessou-se pelo trabalho de Sigmund Freud em 1900 quando leu A Interpretação dos sonhos e considerou-a uma obra prima e desde então acompanhava os trabalhos de Freud.Por volta de 1906 Jung e Freud passaram a se corresponder e em 1907 Freud o convidou para visitá-lo em Viena.O primeiro encontro dos dois durou cerca de 13 horas, um inicio bem animado para aquilo que se tornaria uma amizade íntima, como a de um pai e filho, afinal Freud era vinte anos mais velho que Jung.Em 1912, por insistência de Freud, Jung tornou-se presidente da Associação Psicanalítica Internacional, mesmo com a oposição de outros membros vienenses que estavam a mais tempo no movimento psicanalítico.
  
    Apesar da amizade com Freud e de por algum tempo se reconhecer como discípulo de Freud, Jung divergia de muitas coisas em relação às teorias de Freud, como as que os problemas sexuais são a base para todas as neuroses e o complexo de Édipo. Jung tinha seu próprio pensamento acerca dos problemas abordados pelas teorias de Freud. Os dois deixaram de se corresponder e em 1914 devido às divergências e opiniões a amizade entre os dois foi quebrada e Jung renunciou e deixou a Associação Psicanalítica Internacional.

    Aos 38 anos, Jung foi acometido por problemas emocionais que seguiram por três anos, que o fez acreditar que estava ficando louco e que estava incapaz de realizar qualquer tipo de trabalho intelectual ou mesmo de ler livros, contudo não deixou de atender seus pacientes.Resolveu seus problemas confrontando sua mente inconsciente, seguindo seus impulsos inconscientes nele revelados e nas suas fantasias.Esse período foi de intensa criatividade para Jung, o que o levou a formular a teoria da personalidade.Jung fundou então o movimento de psicologia analítica, durante os anos posteriores, Jung desenvolveu suas teorias baseando-se em mitologia, história e viagens que realizou para a África, Deserto do Saara, Novo México dentre outros países, para estudar os processos cognitivos do indivíduo pré-alfabetizado. A partir dessas viagens Jung formulou sua teoria sobre o inconsciente coletivo e os arquétipos.

    Em 1921 Jung publicou o seu principal trabalho, Tipos Psicológicos que trata o relacionamento entre consciente e inconsciente e propõe tipos de personalidade: introvertido e extrovertido, termo difundido e utilizado no mundo todo.Em 1932, Jung foi indicado para lecionar na Federal Polytechnical University, em Zurique, onde deu aulas por 10 anos até que a fragilidade de sua saúde o obrigou a pedir demissão. Foi criada uma cadeira de psicologia médica na University of Basel, na Suíça, mas a doença não o permitiu ocupar essa posição por mais de um ano. Durante grande parte de sua vida, Jung escreveu muito, especialmente sobre métodos analíticos e a relação entre psicoterapia e a crença religiosa. Até os 86 anos de vida, trabalhou ativamente, pesquisando, tendo publicado uma quantidade impressionante de livros.
Carl Gustav Jung morreu no dia 6 de Junho de1961, em sua casa à beira do lago de Zurique, na Suíça, após uma vida produtiva que marcou a Psicologia, Sociologia e a Antropologia.

    O trabalho desenvolvido por Carl Gustav Jung teve grande influência de suas experiências de vida. Sonhos, impulsos e fantasias sempre estiveram presentes na vida de Jung e exerciam grande influência sobre ele, a aceitação de Jung das forças próprias da mente inconsciente influenciou até mesmo as suas decisões e escolhas frente a sua vida profissional.Apesar de Freud ter influenciado Jung, através de seus trabalhos, de terem trabalhado juntos e de Jung ter assumido a Associação Psicanalítica Internacional por algum tempo, a teoria desenvolvida por Jung é diferente da teoria postulada por Freud. Não se pode negar que o trabalho de Jung foi inspirado e só poderia ter sido iniciado porque Freud iniciou os estudos sobre o inconsciente, ponto onde ambos concordavam plenamente, mas na teoria de Jung não havia espaço para o Complexo de Édipo e ele não se referia à libido em termo exclusivamente sexual, ao contrário, acreditava que a libido era uma energia generalizada da qual o sexo apenas fazia parte. Para Jung a energia básica da libido expressava-se na reprodução, no crescimento e em outras atividades, na qual dependia do ser humano considerar qual era a principal em determinado período da vida.Outro aspecto no qual Jung e Freud divergia, é que Freud descrevia o indivíduo como vítima dos acontecimentos e Jung acreditava que o indivíduo pode ser moldado não apenas pelos acontecimentos do passado, mas também pelas suas metas, aspirações e esperanças para com o futuro. Para Jung, o comportamento não era totalmente determinado pelos acontecimentos dos primeiros anos de vida e poderia ser modificado ao longo da vida do indivíduo.Além do mais, Jung investigou mais a fundo o inconsciente e a partir dessa investigação escreveu sua teoria.


    Antes mesmo da parceria de Jung e Freud, Jung já realizava algumas pesquisas acerca do inconsciente, conceito que já estava consolidada na base psiquiátrica de Jung, mas foi a partir do contato com Freud, real formulador do conceito em termos clínicos que Jung pode se basear para aprofundar suas pesquisas. Denominou seu sistema teórico de Psicologia dos Complexos que posteriormente foi chamada de Psicologia Analítica, resultado do contato direto com seus pacientes .Utilizando-se do conceito de “complexos” e dos estudos dos sonhos, Jung se dedicou profundamente aos meios pelos os quais o inconsciente se expressa. Jung descreveu dois estados do da mente inconsciente dentro do aparelho psíquico. Um pouco abaixo da consciência, estaria o inconsciente pessoal, onde se pode encontrar as experiências de vida do indivíduo esquecidas ou suprimidas. O inconsciente pessoal não é muito profundo e as experiências ali armazenadas poder ser facilmente trazidas para o nível de estado consciente do indivíduo.Dentro do inconsciente pessoal estariam os complexos, que são as experiências agrupadas, ou seja, padrões emocionais e de lembranças com temas em comuns. Jung os deduziu a partir de estudos iniciais de associação de palavras quando observou que determinadas palavras provocam reações intensas ou menos reação do que o esperado.

    Os complexos são reforçados por eventos ambientais e por atenção ou desatenção seletiva, por isso são autoperpetuantes. Os complexos possuem energia psíquica a partir de seu tom afetivo. Quanto mais intenso o complexo, maiores serão as emoções e imagens mentais. O individuo manifesta um complexo devido à preocupação com alguma idéia, que por sua vez influencia o comportamento. Portanto o complexo consiste em uma personalidade menor dentro da personalidade total.


    Em um nível abaixo do inconsciente pessoal, estaria o inconsciente coletivo, nível mais profundo da psique que contem as experiências herdadas das espécies humanas e pré-humanas, desconhecido para o indivíduo. Uma personalidade que em potencial, já se encontra no indivíduo, onde o ambiente não fornece a personalidade, apenas traz à luz o que já se encontra no indivíduo.As tendências herdadas e armazenadas dentro do inconsciente coletivo são denominadas de arquétipos que consistem em determinantes inatos da vida mental, que levam o indivíduo a comportar-se de forma parecida aos ancestrais que enfrentaram situações semelhantes, trata-se de um padrão comportamental. Os arquétipos nos predispõem a enfrentar a vida e a experimentá-la sob certas formas, de acordo com os padrões já estabelecidos na psique. As experiências arquetípicas são impressas na psique, pela repetição através dos milênios da existência da espécie humana. A experiência do arquétipo normalmente se concretiza nas emoções associadas aos acontecimentos importantes da vida, como o nascimento, a adolescência, o casamento e a morte, ou diante de um perigo extremo. Jung costumava a se referir aos arquétipos como as “divindades” do inconsciente. Jung descobriu símbolos de arquétipos comuns, mesmo em culturas distantes no tempo e espaço, sem nenhum indício de influência direta e também descobriu o que pensou serem traços desses símbolos nos sonhos relatados por seus pacientes. Todas essas informações confirmavam seu conceito de inconsciente coletivo. Os arquétipos que ocorrem com mais freqüência são a persona, a anima e o animus, a sombra e o self. A persona seria a máscara que o indivíduo usa quando está em contato com outra pessoa, para representá-lo na forma como ele deseja ser visto pela sociedade, é um arquétipo funcional que entra em ação por razões de adaptação ou conveniência pessoal, porém de forma alguma é idêntica a individualidade, sendo assim a persona não pode corresponder à verdadeira personalidade do indivíduo. Os arquétipos do anima e do animus refletem a noção de que cada indivíduo exibe algumas características do sexo oposto. A anima refere-se às características femininas presentes no homem e o animus refere-se às características masculinas presentes na mulher,se caracteriza por três aspectos: a imagem coletiva do homem herdada pela mulher, a experiência da masculinidade resultante dos seus contatos com os homens e o próprio principio masculino, latente nela.O mesmo ocorre com a anima, sendo a imagem coletiva da mulher herdada pelo homem, o resultado da feminilidade resultante dos contatos com mulheres e por fim o principio feminino latente nele. O arquétipo da sombra consiste na parte animalesca da personalidade, para Jung esse arquétipo é herdado das formas inferiores de vida. A sombra contém as atividades e os desejos imorais, violentos e inaceitáveis, ela nos incita a nos comportarmos de uma forma que conscientemente não nos comportaríamos.

    Contudo a sombra possui um lado positivo, onde é responsável pela espontaneidade, pela criatividade, pelo insight¹ e pela emoção profunda, características necessárias para o desenvolvimento humano. A sombra possui qualidades opostas às manifestações na persona, em razão disso esses dois aspectos de personalidade se completam e se contrabalançam um ao outro, a sombra compensa as pretensões da persona e esta por sua vez compensa as tendências anti-sociais da sombra.


    O self é para Jung o principal arquétipo, equilibrando todos os aspectos do inconsciente, o self proporciona unidade e estabilidade à personalidade, já que é um gênio organizador por trás da personalidade. Ele é responsável pela implementação do projeto de vida, em cada etapa do ciclo vital e pela efetivação dos melhores ajustamentos que as circunstâncias individuais permitem. Busca a sua plena realização na psique e no mundo.

    Assim Jung tinha a seguinte visão do aparelho psíquico: a consciência, o inconsciente pessoal, os complexos, o inconsciente coletivo e por fim os arquétipos como pode ser observada na figura abaixo:

C= COMPLEXO
A= ARQUÉTIPO


 Diagrama esquemático do modelo junguiano da psique.


    Os trabalhos e pesquisas desenvolvidas por Jung sofreram grande influência das experiências que Jung vivenciou, é possível afirmar que apesar de Jung,quando se interessou pela psiquiatria, já acreditar no conceito de inconsciente, seu contato com Freud, apesar das divergências e da separação de ambos, foi colaborador para que ele pudesse desenvolver seu próprio trabalho e até mesmo aprofundar seus estudos acerca do inconsciente.




    O trabalho desenvolvido por Jung, não foi muito valorizado na época em que foi desenvolvida, mas a descoberta do inconsciente coletivo trouxe diversas contribuições para psicologia, permitindo que se pudesse obter mais informações acerca do conteúdo e de como funciona o aparelho psíquico do ser humano, o que possibilita melhor compreensão de seu comportamento.

Por TCS-TATa

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¹Palavra inglesa que significa a expressão ter uma grande idéia


Referências

SCHULTZ, DUANE P., SCHULTZ,SYDNEY E.. História da Psicologia Moderna, Tradução da oitava edição americana.Ed.Thomson.São Paulo,2007, p.391-398.



STEVENS, ANTONY.Jung Vida e Pensamento.Ed Vozes.Petrópoles –R.J.,1993, p.46-75.


FORDHAM, FRIEDA.Introdução à Psicologia de Jung.Ed. Edusp.São Paulo,1978, p.45-62.


acesso em 15.10.2009.


acesso em 15.10.2009.


acesso em 16.10.2009.


acesso em 16.10.2009.











quinta-feira, 26 de novembro de 2009

SÍNTESE: CIDADANIA E LOUCURA- POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL NO BRASIL


        O livro “Cidadania e loucura – Políticas de saúde mental no Brasil” é uma coletânea organizada por Silvério Almeida Tundis e Nilson do Rosário Costa, que oferece uma leitura sistemática sobre os fatos históricos que justificam as práticas sociais voltadas para a doença mental.

        Busca fazer um mapeamento do estado atual da discussão sobre a questão da saúde mental, as práticas terapêuticas voltadas para o campo da loucura e os processos sociais que determinam a emergência da chamada doença mental, que tem chamado a atenção e despertado a curiosidade dos meios de comunicação em geral. Evoca as representações sociais em torno da loucura em sua natureza histórica e transitória.
        Com o declínio dos ofícios artesanais elevou-se a loucura a categoria de problema social. Com o surgimento da manufatura, o trabalho artesanal parecia carente de disciplina, a atitude irracionalista ante o conceito de tempo e da vida resultaram em problema gigantesco para a sociedade que se consolidava, onde se deveria viver para trabalhar, contudo era preciso descartar-se do sentimento de que a liberdade do homem não pode ser subordinada a um processo estritamente vigiado e totalmente racionalizado que até então só era conhecido em presídios e nas casas de correção.
        A partir desse quadro podemos dizer que a doença mental poderia ser considerada em incidência sociológica, onde as pessoas com senso comum acreditavam que o doente mental merece desprezo, hostilidade e outras sanções sociais. Acreditava-se que o indivíduo que não participava da vida social (sempre exigindo obediência às modalidades impostas) possuía perturbações mentais. Caberia então à psiquiatria a tarefa de sancionar esses delitos (o de não participar da vida social, sendo então alienados), tidos como doença mental, prática que apresenta a mesma lógica que move os mecanismos de dominação e imposição da lei e da ordem.
        Os textos reunidos chamam a atenção suficiente para o fato de que, desde o século XVIII, o controle do louco dispunha de uma rede comum de repressão à desordem, à mendicância, à ociosidade.Escravos, agregados, pretos, mestiços e mulatos forros de todos os matizes e categorias, indivíduos sem trabalho definido, sendo possível recrutar os indigentes e alienados da civilização, os desocupados permanentes, criminosos, desordeiros, brigões e truculentos, todos considerados como doente mental.
        No Brasil, o doente mental podia desfrutar de certa tolerância social e de relativa liberdade, a impressão mais marcante da história da doença mental no Brasil é a de que a doença mental parece ter permanecido silenciosa por muito tempo, socialmente ignorada por quase trezentos anos, a loucura acorda arrastada na rede comum da repressão à desordem, à mendicância e à ociosidade.
        Com as denúncias crescentes acerca da calamidade encontrada nas instituições que diziam curar o doente mental, surge a discussão de que era preciso que a psiquiatria estudasse de forma cientifica a questão da doença mental e a partir disso rever a situação encontrada, distinguir os doentes mentais daqueles que apenas sofreram a exclusão decorrente do contexto social estabelecido.Após esse período eis que surge outro espaço para a doença mental: os asilos. E neles se constituirá a prática, o saber e o objeto da psiquiatria, a doença mental.
        Além do levantamento das naturezas históricas e práticas sociais em torno da loucura, o livro propicia um contato com estudos da epidemiologia social das desordens mentais, na literatura latino-americana. Através de pesquisas realizadas em países latino-americanos e alguns países da América do Sul, analisa a relação do processo de migração com a doença mental.
        O autor destaca ainda que apesar dos estudos realizados receberem muitas críticas, é visível que a relação migração - doença mental existe. Assim o autor destaca que o objeto de estudo da doença mental foi deslocado do nível dos indivíduos para pensar o impacto da produção capitalista sobre grupo sociais.
        Através dos textos de Edith Seligmann é possível ter acesso á uma minuciosa e detalhada análise das relações entre processo de produção, trabalho e doença mental.
        Na sociedade brasileira atual, excludente, rígida e hierárquica, os grupos sociais desprovidos de poder e significância, mas possuidores de identidade permanecem alvos preferenciais dos aparatos de controle, rotulação e reclusão. O destino asilar é predominante decorrente do lugar social do paciente e não conseqüência de uma patologia

Por TCS-TATa

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO MENTAL


        Desde o surgimento da medicalização e da institucionalização das ações sobre a doença mental, podemos dizer que a loucura foi construída sobre o modelo de exclusão social que “refere-se ao isolamento de indivíduos de conduta desviante ou considerados indesejáveis pela comunidade”. Essa construção acerca da loucura estão presentes em vários estudos históricos e, de acordo com Resende¹, a exclusão nos chamados hospícios dava-se ou por motivos de eficácia do tratamento, ou porque suas causas estavam associadas às relações familiares, ou ainda, porque o doente mental representava perigo ao grupo social, dada a dificuldade de “controlá-lo”.

        É possível identificar ao longo da história da psiquiatria, as atitudes dela em relação à família do indivíduo doente mental. Se em algum momento, a família retirou-se da cena do cuidado de seu familiar doente mental, em outros, ela foi excluída por ser considerada como “nociva ao tratamento”, isto é, como se ela fosse causadora da doença, pois atrapalhava o tratamento proposto.
        Outras vezes, a família do doente delegou esse cuidado pelo desconhecimento de não saber como agir frente a certas manifestações do doente, pela sobrecarga física e emocional que o sujeito doente acarretava a seus membros (Koga, 1997).
        Na segunda metade do século XX, no período pós-guerra, assistiu-se a um movimento contrário ao modelo de medicalização e da institucionalização do século XIX, orientado pelo “esforço da desinstitucionalização: o doente mental deve deixar os hospitais e retornar à sua comunidade”².
        No Brasil, na atualidade, bem como em vários países do mundo, vêm ocorrendo mudanças significativas nas políticas que norteiam a assistência ao indivíduo com doença mental, que tem como objetivo transformar as relações da sociedade com estas pessoas. Os movimentos de Reforma da Assistência Psiquiátrica emerge no bojo de uma ampla discussão a respeito de recentes práticas terapêuticas, práticas estas sustentadas por uma nova ética relativa ao cuidado de pessoas que sofrem de transtornos mentais graves3.
        Hoje, estamos diante de uma nova lógica a orientar a atenção ao doente mental – a lógica da inclusão – entendendo-se este sujeito não constituído apenas de um aparelho psíquico que, eventualmente, necessita de diagnóstico e tratamento. A doença mental deve ser compreendida como um fenômeno complexo e histórico, atravessado pelas dimensões psicossociais, que determinam o processo saúde-doença mental.
        Em nosso país, o processo da Reforma da Assistência Psiquiátrica vem apresentando avanços, todavia, embora haja inúmeras iniciativas bem sucedidas no campo da saúde mental, a cultura asilar ainda está muito presente em nosso cotidiano como o recurso assistencial de mais fácil acesso à população.Diversas iniciativas governamentais e não-governamentais, de experiências inovadoras que estão presentes em várias cidades do país, podem ser identificadas.
        Experiências que cada vez mais privilegiam a criação de serviços descentralizados, estruturados em torno de recursos locais, próximos da realidade vivida pela comunidade; dentre estes, encontramos os hospitais-dia, os centros de atenção psicossocial, moradias assistidas e leitos em hospitais gerais.
        Ao partirmos da ampliação do campo da saúde mental, de seus modelos de intervenções, dos espaços da prática assistencial e das relações deste campo com a família do doente mental, nos perguntamos: como esses familiares podem influenciar no tratamento do doente mental ? Qual a posição que a família assume nesse novo contexto?
        Na perspectiva de abordagem da Reabilitação Psicossocial, “a doença não reside, isolada e culpabilizante, dentro do sujeito, mas no território virtual que é a interação entre os membros da família” (Saraceno, 1999), o que não significa que a família deva ocupar o lugar de culpada ou vítima. Nesta abordagem desinstitucionalizante, a família deverá ser incluída na condição de protagonista do cuidado reabilitador.
        Assim, evidenciamos que o retorno do doente mental à família e à comunidade é polêmico e cercado por contradições; entre estas contradições, encontramos a carência de serviços extra-hospitalares na comunidade, a descontinuidade dos programas de reinserção social do doente mental e a desconsideração dos desgastes a que ficam sujeitos os familiares.
        Sgambati(1983), na década de 80, analisa a relação entre as re-internações do doente mental em hospital psiquiátrico e a rejeição familiar. Enfatiza que o aumento das altas hospitalares não tem sido acompanhado pela criação de serviços assistenciais na comunidade para absorver esse contingente de doentes, e não tem sido avaliado se suas famílias estão preparadas para assumir esse encargo.
        Fato que vem dificultando em muito a inclusão do familiar como protagonista nas estratégias de cuidado e em um suposto papel de parceria com os trabalhadores nos diversos projetos, em diferentes equipamentos de atenção à saúde mental. Diante dos quadros graves de sofrimento mental e de longa duração, como a esquizofrenia, por exemplo, encontramos familiares pessimistas quanto à possibilidade de melhora do familiar doente mental. Para muitos, são tantos os fracassos, recaídas, abandonos de tratamento, que é comum encontrar familiares desmotivados, resistentes e temerosos frente a qualquer proposta de mudança, vinda dos trabalhadores e dos serviços.
        É preciso ressaltar a importância da família no tratamento ou mesmo na recuperação do doente mental, sendo ela a primeira rede social ao qual o doente mental terá contato e a porta de abertura para que o doente possa retornar à comunidade e a partir disso ter uma vida social normal e saudável, sem estigmas e preconceitos.
        A família deve se envolver no tratamento do doente, contudo é preciso atendê-la e apoiá-la em suas dificuldades afinal, quando uma pessoa apresenta um problema mental não apenas ela sofre, mas também, toda a sua família e, assim, portanto, ambos precisam de apoio e acompanhamento.
        A família necessita de esclarecimento a respeito da doença mental, de orientações sobre relacionamento no domicílio e, também, sobre como enfrentar os problemas sociais e econômicos – a falta de medicamentos, alimentação, vestimenta, condições precárias de moradia, a presença do desemprego, a falta de atividade para o doente mental, entre outros. Necessita vencer a falta de confiança no doente, o preconceito com relação à doença, o rótulo de louco, o desprezo e o desrespeito ao doente mental por parte daqueles que o cercam e o estigma de que ele é incapacitado para o trabalho e para assumir responsabilidades

        A família é fundamental na manutenção do doente mental fora da instituição psiquiátrica. Ela precisa ser preparada e apoiada por profissionais de saúde mental, no Brasil, investisse muito pouco em trabalhos que visem o preparo da família para a convivência com o doente mental. Ao desenvolver trabalho com família, não devemos pensar apenas na hipótese dela vir até a instituição, é preciso também considerar a realidade em que ela vive, ou seja, ir até o domicílio conhecer e inteirar-se de sua vida (Macedo, 1996; Morgado, Lima 1994; Bandeira, 1991; Bandeira et al, 1994 e Koga 1997).
      Muitas vezes a família, por falta de informações a respeito da doença, pela dificuldade de relacionamento e também devido as precárias condições econômicas, percebem o hospital psiquiátrico como a única alternativa de atendimento ao doente mental. Isto se deve a falta de serviços alternativos que além de tratar o doente mental, também, ajude, apoie e oriente a família. Para Bandeira et al (1994) a desinstitucionalização e conseqüentemente a reinserção social do doente mental na comunidade, somente acontecerá se houver investimento em serviços alternativos que apoiem, suportem e ajudem o doente e sua família. Sabemos, porém, que a presença destes serviços, no Brasil, ainda é tímida, pois em relação a grandeza deste país, poucas são as instituições que apresentam esta iniciativa.Por estas questões e outra mais, sabemos que conviver com o doente mental não é uma tarefa fácil.
       Apesar da discussão a respeito da importância do envolvimento familiar no tratamento e da necessidade de apoio à mesma, ainda existem profissionais que, segundo Richter (1979), vêem a família como um simples auxiliar do tratamento, reduzindo-a a “atendentes mal informados” devido às precária informações que lhes são oferecidas. Explicita ainda que, muitos terapeutas preferem manter os familiares longe dos consultórios, e que, muitas vezes, justificam esse descaso alegando motivos éticos, dizendo que as informações proferidas pelo paciente são sigilosas. Sem perceber, esses profissionais, afastam a família do tratamento, sem considerar que muitos problemas do doente mental são de ordem familiar, ou seja, de relacionamento, aceitação, compreensão e tantos outros.
        Outros terapeutas acusam os familiares de produtores da doença e não percebem a importância da participação da família no tratamento do doente mental. Richter (1979) aponta ainda que esses profissionais agem assim por sentirem-se despreparados para atender a família. Afinal, é mais fácil tratar de uma pessoa do que tratar de um grupo.

        Consideramos de fundamental importância contar com a família no tratamento do doente, no processo de reinserção, ajudá-la a encontrar caminhos para a resolução dos seus problemas e esclarecer suas dúvidas. Macedo (1996), no entanto, observa que a família do doente mental, no Brasil, não recebe nenhum tipo de apoio para enfrentar a sobrecarga emocional e financeira, decorrente do convívio diário, pois os profissionais de saúde ainda não perceberam que a família é o seu principal aliado e encontra-se sempre disposta a enfrentar todo e qualquer tipo de esforço para manter seu membro desinstitucionalizado.
        Cremos que se houver preparação da família e comunidade para o acolhimento do doente mental, ao retornar da instituição psiquiátrica, é possível a ele e sua família conduzirem suas vidas com qualidade e com saúde mental.
        A família é o maior recurso na reabilitação do doente mental, por isso deve ser estabelecida uma parceria entre doente, família e profissional. Entendemos que a reabilitação psicossocial visa a não exclusão do doente mental, para tanto temos que entendê-lo como um indivíduo único, com vivências próprias, e sua abordagem terapêutica deve ser individualizada. Neste contexto, a família se torna um dos pontos importantes na reabilitação psicossocial, os profissionais da saúde precisam trabalhar com estas famílias e com a comunidade mostrando que o doente não é uma ameaça para a sociedade.
        Podemos dizer que a reabilitação psicossocial está centrada em três aspectos da vida a casa, o trabalho e lazer. A família pode ser o quarto aspecto para aqueles usuários que ainda tem algum vínculo familiar.
        A reabilitação deve ser realizada na rede social familiar por esta encontrar-se mais concreta e definida para a equipe terapêutica, para o paciente e para própria família. Esta rede social é muito importante na vida do doente, porque é a partir dela que este vai conseguir se inserir na comunidade.
       A reabilitação vê a família como protagonista do processo de tratamento, atua como co-participes na reabilitação. A família tem um papel importantíssimo, principalmente, no que se refere a propiciar ao doente mental, melhores condições de vida.
      Um dos grandes ganhos na inclusão sistemática da família no tratamento é que a família é tratada como coajuvante no tratamento e reabilitação do doente, além da retirada dos estereótipos acerca da doença mental, por exemplo, a de que a família é responsável pela doença do paciente.
      Apesar dos encargos da família em face à doença mental, os membros da família podem efetivamente resolver seus problemas, intervir nas crises, promover recuperação de seus familiares com doença mental.
      Na reabilitação os doentes mentais e seus familiares estão deixando de ser apenas objeto de intervenção para assumir o papel de agente transformador da realidade, opinando e participando ativamente das discussões sobre as políticas da saúde mental. Esse envolvimento da família no tratamento dos usuários diminui as recaídas e no número de internações psiquiátricas nos pacientes com transtorno mental severo.
      Ao envolver a família e ao dar suporte a esta para enfrentar as dificuldades no relacionamento com a doença mental, a sobrecarga, a culpa, o isolamento social, a carência de informações, problemas de vinculo com os profissionais de saúde, situações de crise, emergência, conflitos familiares, diminui a carga emocional da família e do próprio usuário aumentando o nível de interação e empatia da família com seu familiar doente.
      Assim, a reabilitação visa a permanência do doente próximo à família e à rede social, ou seja, o resgate da cidadania. A participação efetiva da família conduz ao estabelecimento de estratégias de intervenção mais abrangentes consistentes onde podem ser trabalhadas as dificuldades e necessidades de ambas, familiares e doentes mentais.

Por TCS-TATa


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¹Resende H. Política de saúde mental no Brasil: uma visão histórica. In: Tundis SA,Costa NR. organizadores.Cidadania e loucura: políticas de saúde mental no Brasil. Petrópolis: Vozes; 1987. p. 15-69.
²Amarante PDC, organizador. Loucos pela vida:a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. Rio de Janeiro: SDE/ENSP1995.;
3Pereira RC. Lugar de louco é no hospício?! Um estudo sobre as representações sociais em torno da loucura no contexto da reforma psiquiátrica.In: Venâncio AT, Leal EM; DelgadoGD. O campo da atenção psicossocial. Rio de Janeiro: Te Corá; 1997




Referências

RESENDE, H. Política de saúde mental no Brasil: uma visão histórica. In: Tundis SA,Costa NR. organizadores.Cidadania e loucura: políticas de saúde mental no Brasil. Petrópolis: Vozes; 1987. p. 15-69.

KOGA,M. Convivência com a pessoa esquizofrênica:sobrecarga familiar. [dissertação]Ribeirão Preto(SP): Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP; 1997.

AMARANTE, PDC, organizador. Loucos pela vida:a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. Rio de Janeiro: SDE/ENSP1995.;


PEREIRA, RC. Lugar de louco é no hospício?! Um estudo sobre as representações sociais em torno da loucura no contexto da reforma psiquiátrica.In: Venâncio AT, Leal EM; DelgadoGD. O campo da atenção psicossocial. Rio de Janeiro: Te Corá; 1997


SARACENO, B. Libertando identidades da reabilitação psicossocial à cidadania possível. Belo Horizonte: Te Corá; 1999.

SGAMBADI, ERV. Reinternação e rejeição familiar: um estudo com pacientes psiquiátricos.[dissertação] Ribeirão Preto (SP): Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP; 1983.

MACEDO; V. G. G. As famílias e a assistência psiquiátrica no Brasil. Informação Psiquiátrica, Rio de Janeiro, v.15, n.4,p.150-51, 1996

MORGADO, A. ; LIMA, L. A. Desinstitucionalização: suas bases e a experiência internacional. Jornal Brasileiro dePsiquiatria, Rio de Janeiro, v.43, n.1, 1994.

BANDEIRA; M. Desinstitucionalização ou transistitucionalização: lições de alguns países. Jornal Brasileiro de Psiquiatria.Rio de Janeiro, v.40, n.7, p.355-60, 1991.

BANDEIRA; M. et al. Desinstitucionalização: importância da infra - estrutura comunitária de saúde mental. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Rio de Janeiro. v.43, n.12, p.659-66, 1994.

RICHTER, H. E. A família como paciente, a origem, a natureza e o tratamento de conflitos conjugais e familiares. São Paulo : Martins Fontes, 1979.
















SÍNTESE: A CASA DO DELÍRIO - DOUGLAS TAVALARO



O livro “A casa do delírio” é o resultado da reportagem feita em um dos maiores manicômios judiciários da América Latina. Escrito por Douglas Tavalaro, o jornalista graduado pela Faculdade de Comunicação Social Casper Líbero adentrou na realidade obscura do que hoje é conhecido como Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Professor André Teixeira Lima.




A realidade ali vivida é algo irreal, onde muitos preferem ignorar, esquecendo que as pessoas que estão ali, são brasileiros doentes que cometeram algum delito, mas que não podem ser condenados por serem considerados inimputáveis - não podem ser responsabilizados porque não têm condições psíquicas de compreender seus atos transgressores, são vitimas da mais perversa exclusão social e as pessoas se esquecem, porém de que todos, sem exceção, podem ir para lá um dia.



O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Professor André Teixeira Lima foi fundada em 31 de dezembro de 1933, ainda com o nome Manicômio Judiciário Franco da Rocha. Na época, a construção do manicômio causou furor nas cidades vizinhas e na população que morava nas redondezas, pelas oportunidades de trabalho no manicômio, pela sua estrutura arquitetônica que lembrava as cidades européias, nas quais os burgueses e os aristocratas rurais tinham os olhos vidrados e sobre tudo porque a inauguração do manicômio judiciário permitiria que a sociedade fosse limpa e protegida de todas as pessoas que não produziam, prostitutas, alcoolístas, usuários de drogas, ex-escravos e loucos, que para a elite significava um grande risco.O idealizador do manicômio judiciário, infelizmente não pode assistir à inauguração. O psiquiatra Francisco Franco da Rocha lutou por muito tempo para que o manicômio fosse construído, denunciando por diversas vezes as práticas e as leis para com os enfermos mentais, criticando a inexistência de um local apropriado para promoção de saúde mental.



No dia primeiro de janeiro de 1934, o manicômio recebeu 150 doentes mentais criminosos, todos homens.O manicômio judiciário possuía uma estrutura de presídio de segurança máxima, toda sua arquitetura foi projetada para que todos os espaços fossem visíveis.Os cantos arredondados da cela permitia que os guardas a vissem.Os muros eram altos e possuíam dois guardas em cada uma delas. O prédio tinha três andares: primeiro, o bloco administrativo e consultórios; segundo, vinte celas fortes individuais, para doentes perigosos; terceiro, dormitórios coletivos, com até trinta internos.Em 1943, foi instalada uma colônia feminina, para mulheres portadoras de deficiência mental e com pendências para com a justiça. A criação de um espaço exclusivo para as mulheres significava mais um avanço na trajetória do manicômio judiciário.



Durante a ditadura militar de 1964 começou a decadência do manicômio. O período de experiências cientificas e terapias voltadas para a reintegração social não passava de um mero sonho do psiquiatra Franco da Rocha. Com capacidade para 420 leitos, chegou a abrigar 1800 pacientes, por não haver profissionais suficientes e tempo para uma investigação mais profunda, os laudos foram padronizados em esquizofrenia paranóide.Os pacientes passaram por tratamentos terríveis como "malarioterapia", "traumoterapia", eletrochoque entre outros, quem desrespeitava as normas de conduta era punidos com doses excessivas de remédios. Os pacientes, vítimas dos mais diferentes tipos de transtorno mental e grau de periculosidade conviviam no mesmo espaço exíguo, muitos andavam nus pelos pavilhões, não existia higiene, a maioria defecava em público e alguns chegavam a comer as fezes que se acumulavam pelo pátio. Havia no manicômio judiciário um verdadeiro esgoto a céu aberto, muitos bebiam a água podre que corria. Dormiam em um improvisado colchão coletivo, formado por capim sobre o chão de cimento. Os pacientes se amontoavam para comer em cochos, buracos no chão de cimento, onde a comida era despejada. As camas eram colocadas nos corredores da enfermaria, e doentes dormiam escorados nos sanitários. O número de mortes era grande na década de sessenta.



O período de decadência do manicômio judiciário agravou-se mais na década de 1970, acreditava-se que a instituição colaborava com órgãos de repressão da ditadura militar. Muitos acreditavam que, todos os dias, presos políticos eram internados como doentes mentais. Há de fato a comprovação de quatro presos políticos que cumpriram pena no manicômio judiciário: Antonio Carlos Melo Ferreira, Dorival de Sousa Damasceno, João Adolfo Castro da Costa Pinto e Aparecido Galdino Jacinto, apesar de nenhum deles apresentarem qualquer tipo de doença mental.



A situação terrível do manicômio judiciário começou a mudar por volta dos anos oitenta, contudo isso não significou que o Manicômio Judiciário voltaria para os anos de glória como os da época de sua inauguração, apenas ocorria a diminuição do descaso e da violência que ali existia. A mudança ocorreu no mesmo período em que a ditadura militar cessava no Brasil. As mudanças começaram pela Corregedoria dos Presídios que impulsionou a completa reestruturação do sistema penitenciário, sobretudo as mudanças se deviam também as reivindicações de forças correntes que lutavam pela causa da doença mental e exigiam o direito de cidadania dos doentes, tal como a sua reintegração à sociedade.



O ambiente no Manicômio ficou mais calmo. As doses de remédios diminuíram, sendo usado somente as doses necessárias.O eletrochoque foi totalmente abolido, houve uma integração entre os profissionais.Porém ainda não havia a terapia ocupacional, a pratica de esportes, não havia dentista nem barbeiro, apesar das funções constarem no organograma da instituição.Mas uma das maiores conquistas do manicômio aconteceu nos anos de 1981 à 1984, quando foram iniciadas as visitas domiciliares,o que proporcionaria uma grande contribuição para a melhora dos internos.O quadro de funcionários aumentou, foi criado uma equipe multidisciplinar e uma nova filosofia foi adotada o que deu inicio a um processo de humanização.



Essas modificações foram resultado de várias medidas políticas nos últimos quinze anos do século XX. Em 1985, um decreto do governo estadual determinou que o manicômio deixasse de ser vinculado à Secretaria Estadual de Saúde e passasse a pertencer à Secretaria da Justiça. Em 1988 a decisão foi revogada e a instituição passou a integrar o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde, o antigo Suds e foi transformado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Professor André Teixeira Lima, seu nome atual.Depois de cinco anos, transferiu-se novamente para justiça, subordinada à Secretaria de Administração Penitenciária.Houve profundas mudanças estruturais, o prédio construído por Ramos de Azevedo passou a abrigar a Penitenciária de Franco da Rocha, e o hospital psiquiátrico foi instalado numa antiga colônia do Juqueri, local com capacidade para quarenta homens cada.A colônia feminina permaneceu ao lado do antigo edifício até agosto de 2001.







A paisagem do hospital psiquiátrico é bela, cercada por montanhas verdes do Oeste Paulista, ergue-se um conjunto de prédios amarelos, cercados por muros altos e farpas de arame, das torres de vigia, vêem-se policiais que transitam pelas ruas de terra, ao lado de enfermeiros e médicos.A população não se ofende com o estigma criado acerca da cidade, conhecida como a “cidade dos loucos”, afinal são duas prisões de segurança máxima, uma de regime semi-aberto, uma unidade da Fundação do Bem Estar do Menor (Febem) e dois hospitais psiquiátricos, mais de 6 mil presos e 2.700 doentes mentais, a diferença está na população de enfermos que habita as duas instituições.A primeira abrigam os que cometeram crimes sem ter a consciência psíquica de seus atos.A segunda abriga os que nunca cometeram delitos e são considerados inofensivos a si próprios e à sociedade.



As principais enfermidades dos habitantes do hospital psiquiátrico são: esquizofrenia, psicose, epilepsia, transtornos delirantes e psicopatia. São consumidos mensalmente 123.200 psicotrópicos, as consultas geram média 1.600 receitas ao mês.O antipsicótico Haldol é o mais indicado pelos psiquiatras, seguido do Neozine e o Diazepam.Os medicamentos combatem alterações depressivas e eufóricas de humor, aos delírios de perseguição, às vozes que geralmente ameaçam ou dão ordens e às alucinações auditivas.Os pacientes costumam chegar aos montes no mesmo camburão, medida adotada pela polícia para economizar.São levantados os dados formais de identificação, o paciente é fotografado e ganha o uniforme.É deslocado para o CTI (Centro de Terapia Intensiva, onde permanece em observação, até sair o laudo psiquiátrico.Após ser liberado, o paciente segue pra o setor de Serviço Social, onde faz uma entrevista.



Um dos dados lamentáveis, é que o interno quase ou praticamente não tem contado com a família, que evita assumir a responsabilidade pelo doente mental e ou não quer manter qualquer elo de ligação, assim alguns internos mantêm seu contato com o mundo exterior restrito às cartas.A mutilação da cidadania prevalece por ordem da legislação brasileira, já que são considerados incapazes.Os internos não podem votar, se casar ou exercer qualquer outro direito civil. Os pavilhões tem pouca luz, pelas frestas das janelas trancadas, entram os raios de sol. Há sempre filas para as refeições no hospital psiquiátrico.



O som do hospital de madrugada é esquisito, gritos, gemidos, risos, urros, ruídos de ventos, gatos correndo e pombas voando.O namoro é proibido na instituição, mas acaba ocorrendo de forma natural.É difícil para os funcionários trabalharem em um ambiente hostil como do hospital, alguns nunca se acostumam, outros simplesmente desistem.Há sempre tentativas de fulga, mas os internos, sempre flagrados, logo desistem da tentativa.



O C.T.I. (Centro de Terapia Intensiva) é a representação do ultimo degrau que a insanidade pode alcançar, local onde a psiquiatria perde a guerra para a demência, é a imagem pura da loucura. Também conhecido como o corredor da morte, o ambiente é frio, com odor de remédios e das siringas se misturando ao cheiro de cigarro dos funcionários, o que causa incomodação para respirar. Ali todo cuidado é pouco, os pacientes que ficam no C.T.I. têm crises constantes de esquizofrenia e psicose e por isso são proibidos de conviver com os demais, por medida de segurança, ficam em celas isoladas de 3m de comprimento por 2m de largura, quase todos nus e recebem apenas dois colchões, um para deitar e outro para se cobrir.Os mistérios do C.T.I. são inescrutáveis assim como a mente dos encarcerados, mesmo durante o dia, a escuridão é predominante, restando somente algumas penumbras.Alguns pacientes andam o tempo todo na cela, outros permanecem estáticos, em absoluto silêncio.A recuperação dos internados levados para o C.T.I. é um difícil e complexo processo.



À aproximandamente 2km do prédio central do hospital psiquiátrico, encontra-se a colônia feminina das enfermas mentais.A primeira imagem é também a mais presente na lembrança: dezenas de pacientes escoradas no portão de aço cerrado, acenando ou berrando quando alguém se aproxima do outro lado.Afetividade e carência se misturam no lugar onde estão confinadas as criminosas portadoras de doenças psiquiátricas do estado de São Paulo.O hospital abriga 76 mulheres de tipos variados de transtorno mental.A maioria passa o dia vagando pelo pátio ou repousando nos domitórios. O barulho dos rádios animam as mulheres, outras porém ficam isoladas, em silêncio.A grande maioria gosta de um bate-papo, fala sobre a loucura, de comida, de seus sonhos.Uma parte evita falar da família.Há certas normas de conduta,não se pode deitar na cama de outra interna sem permissão prévia ou mexer nos objetos pessoais, isso pode acarretar em uma temporada no C.T.I. contudo, a população feminina é mais solidária, outro ponto pertinente é a questão da auto-estima, um desafio para que seja mantida.



O baile é um dos momentos mais esperados, tanto quanto o da visita da família ou mesmo o de receber o laudo de desinternação. Acontece a cada quinze dias. Homens e mulheres se encontram, e podem aliviar o sentimento de solidão, até alguns namoros se iniciam a partir do baile e alguns casais encaram como relacionamento sério, matem encontros periódicos por semanas, meses e até por anos, em encontros fortuitos quando ocorrem as recreações ou se correspondendo por cartas, o que surpreende os psiquiatras e a própria direção do hospital.



A terapia ocupacional é um fator decisivo no tratamento dos doentes mentais, incentivando neles atividades de desenvolvimento promovidas pelo Centro de Assistência Complementar.O projeto dos Psicóticos Graves, tem por objetivo reintegrar os enfermos em convívio com colegas e funcionários.Outro grande desafio para o hospital é proporcionar educação ao internos, atualmente são 110 alunos-pacientes que assistem às aulas instaladas no posto cultural, sendo um dos maiores atrativos a biblioteca.O núcleo de recreação,comanda diversas atividades, como futebol, cursos de arte, onde tem sido descoberto alguns talentos, gincanas e festivais de música, um dos maiores orgulhos do hospital psiquiátrico, é o coral formado pelos internos, que se apresentam em faculdades e seminários.



É evidente a tentativa das pessoas em tornar o hospital psiquiátrico ou o eterno Manicômio Judiciário de Franco da Rocha, um local melhor e menos cruel, há muitos planos em andamento e um grupo de profissionais de saúde mobilizados, que lutam por melhor o hospital.A diretora busca conciliar pacientes, familiares, advogados e promotores, sempre buscando o melhor para os internos, reclama que luta sozinha com a sua equipe contra a constante redução de verbas e a falta de recursos.A contradição entre a lei e a realidade da instituição salta aos olhos do primeiro corregedor que adentra suas portas. A Secretaria Nacional de Assistência à Saúde (SNAS) recomenda que os que os hospitais tenham psiquiátricos especializados e um psicólogo para cada 60 pacientes. No hospital psiquiátrico são dois psicólogos para 614 pacientes, não há clínico geral,nutricionista e terapeuta ocupacional, também exigido pela (SNAS).Outra norma obriga a instituição a ter sala de jogos,sala de estar com televisão, música ambiente e uma área de lazer que deve ser igual ou superior à área construída, medidas não existentes na realidade atual do hospital.O ponto mais evidente no processo de mudança é o Programa de Desinternação Progressiva, com a criação da colônia de desinternação, um método terapêutico que faz com que alguns doentes mentais criminosos conquistem a liberdade pouco a pouco, o que retira o rótulo do hospital de que quem entra só sai morto.



A colônia funciona no Jorgão, como uma espécie de regime semi-aberto, onde os doentes só voltam durante à noite.É raro algum interno não retornar no horário marcado e nem há rígido controle de entrada, o principal objetivo é fazer com que aos poucos aprendam a viver em sociedade, para que possam ser livres definitivamente.A Justiça ainda não despertou para o assunto, o tempo de permanência no hospital é determinado primeiramente pelo processo, depois por prorrogações anuais estabelecidas pelo juiz corregedor baseadas pela perícia, a medida de segurança tem duração de três anos, prorrogáveis pelo mesmo tempo, o que pode tornar o hospital uma prisão perpétua.



A desinternação está, ao poucos, modificando esse quadro. Os pacientes têm acesso direto ao refeitório, são responsáveis pela manutenção da geladeira, fogão, pias, mesas de madeira e bancos, todos exercem alguma atividade. Alguns conseguem emprego nas empresas de Franco da Rocha vendendo doces, artesanatos, mapas ou cachorros-quente.O sucesso do Programa de Desinternação Progressiva é comprovado pelos números, em onze anos de funcionamento, 478 pessoas que foram traídos por um surto de doença mental, estão hoje trabalhando e sustentando suas famílias. Um dos momentos mais marcantes no hospital psiquiátrico é o momento em que um paciente ganha definitivamente a liberdade.O momento é marcado por expressões de alegrias e tristeza, afinal, enquanto um paciente se vai, outros mais ainda ficam no hospital, esperando que algum dia esse momento chegue para ele também.



O hospital psiquiátrico, mostrou acerto da coragem dos profissionais de saúde, para os quais a vida não está na assepsia dos dogmas, teorias e gabinetes psiquiátricos e, sim, nos pátios, conversando diariamente com os pacientes.



O livro “A casa do delírio” além de fazer um levantamento da história acerca do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Professor André Teixeira Lima, faz um raio x da realidade ali vivida por internos e profissionais, transmitindo as informações, não só com um ar puramente jornalístico como deve ser uma reportagem, mas transmitindo emoções e provocando sentimentos, através das histórias narradas de vários tipos de pacientes.É sem sombra de dúvida uma das fontes referência para que se saiba sobre a doença mental e a realidade de um hospital psiquiátrico.

Por TCS-TATa

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

PRAZER!!!


Essa é a primeira postagem que estou realizando, e gostaria de utilizá-la para me apresentar brevemente a todos aqueles que eventualmente acessarem a minha página na internet.

Você deve estar se perguntando o que vem a ser TCS-TATA. Esse é um imigma para o qual eu não darei toda resposta, apenas posso dizer que a inicial T é de Tamirys, que por acaso é meu nome.As quatro ultimas letras formam um apelido pelo qual algumas pessoas me chamam, ainda há aqueles que preferem se dirigir a mim por "Tamy" ou "Tá".
Tenho 21 anos, sou natural de São Paulo e atualmente moro na região Leste da cidade.Sou filha única e ainda moro com meus pais.Estudante de psicolgia, minhas principais características é o sorriso, bom humor, otimismo e alegria.Dizem que tenho um bom relacinamento interpessoal.Sou muito observadora e ouvinte ativa.
Esse espaço na internet, tem como objetivo ampliar as redes amizades, de contatos profissinais e ampliar discussões com estudadantes de diversas áreas, principalmente de psicologia, minha nova missão.
Por enquato é isso e me resta dizer que eu espero que  seja um espaço de sucesso e que possibilite não só a mim mas a todos aqueles que chegarem até aqui, alguma forma de ajuda e evolução.
Espero que tenha sido um prazer me conhecer!!!


...KISSES...
TCS
TATa